Cerca de 1,7 mil funcionários da BRF de Concórdia entraram em
férias coletivas nesta segunda-feira, por um período de duas semanas. Com isso
280 mil frangos deixam de ser abatidos por dia, sendo quase três milhões de
aves no total. O objetivo é ajustar o processo produtivo que ficou prejudicado
durante a greve dos caminhoneiros. A unidade também deve demitir cerca de 100
funcionários de um total de 5,3 mil e não abrir outras 100 vagas que
normalmente abre no início do segundo semestre para a produção das linhas de
final de ano. A redução das vagas faz parte de um ajuste da empresa que prevê
redução de 5% do número de funcionários, que passam e 80 mil em todo o Brasil.
Em Santa Catarina são 23 mil.
A redução foi um dos assuntos que foi tratado durante a negociação
do acordo salarial entre a empresa e o Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias de Alimentação de Concórdia e Região (Sintrial), realizada nesta
segunda-feira.
– Avaliamos que essa redução terá um impacto menor em Concórdia
pois é uma planta bem diversificada. Pedimos que os desligamentos sejam de
aposentados e funcionários que desejem sair. A gente espera que a situação
melhore e que depois a empresa volte a contratar – afirmou o presidente do
Sintrial, Jair Baller.
Situação de Chapecó é mais
complexa
Enquanto em Concórdia as demissões devem atingir 2% do efetivo em
Chapecó a situação é bem mais preocupante, pois
além das 350 demissões previstas no abate de perus,
outros 1,4 mil funcionários entrem em férias coletivas no próximo dia 30, por
um mês, e depois devem entrar no sistema de “lay-off”, que é a suspensão
temporária do contrato de trabalho, por um mês. O Sindicato dos Trabalhadores
nas Indústrias de Carnes e Derivados de Chapecó (Sintracarnes) ainda querem
negociar com a direção da empresa para reduzir o impacto.
Nesta terça-feira também tem uma reunião com representantes dos
avicultores. O presidente do Sindicato dos Criadores de Aves de Santa Catarina
(Sincravesc), Valdemar Kovaleski, disse que o objetivo é ver o cronograma da
empresa antes de tomar uma decisão. A previsão de que seja mantido apenas o
abate de perus, que é de 30 mil aves por dia, e suspender por seis meses o
abate de frangos, que é de 220 mil animais por dia. São cerca de 900
avicultores ligados à unidade, sendo que a maioria vai ficar sem produção. A
empresa pretende pagar uma taxa de manutenção de R$ 88 por aviário parado por
dia.
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